Personalie

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

CAP 8 – Verdade

Meu pai levantou-se da mesa antes de mim e minha mãe.

Ele não falou conosco ao sair. Apenas pegou um guardanapo e saiu em direção à porta.

- Pra onde ele foi? – Perguntou a minha mãe, meu pai já tinha saído.

Eu dei de ombros como se não soubesse para onde papai havia ido, eu sei que mamãe ficaria brava ao saber que ele tinha ido ao hospital ver Lucas e dar forças a Clarisse. Acho que a única coisa que eu puxei da minha mãe, só um pouquinho, é no ciúme. No resto acho que puxei meu pai.

Eu terminei de almoçar e subi as escadas para o meu quarto. O anjo me obrigou a fazer as minhas atividades escolares antes de entrar na internet. Depois que eu terminei o meu dever de casa o anjo pediu que eu passasse as páginas para que ele corrigisse, eu só tinha errado algumas questões de história. O anjo finalmente me deixou entrar na internet.

Não tinha muita coisa pra fazer de bom, antes eu passava o dia todo no MSN com Jack e Selena, mas agora a internet virou sinônima de tédio. Então, não demorei muito no computador.

Não tinha nada pra fazer e já havia passado um bom tempo desde que o meu pai saiu, então, eu pedi para o novo motorista (ainda não nos apresentamos) que me levasse ao hospital.

O anjo, como sempre, atrás de mim.

Ao chegar ao hospital encontrei o outro carro do meu pai (que ele usa quando sai sem motorista) na porta. Então, eu deduzi que o que ele tinha para resolver era no hospital.

Eu entrei e me dirigi até a recepção, me comuniquei e a recepcionista disse que meu pai e Clarisse estavam em uma sala de espera. Uma enfermeira me levou até a sala. Ela me deixou na porta e voltou para trás, eu entrei sem fazer barulho. A sala estava quieta, a não ser pelos sussurros do médico falando com Clarisse e papai.

Eu imaginei ser algo sobre Lucas, algo que eles não iriam me contar. Então, de fininho, eu cheguei mais perto.

- Senhor Albuquerque, o exame de DNA saí em torno de 60 dias. – Disse o médico ao meu pai.

Exame de DNA? Que exame? Pensei.

- Vitor, eu já disse, não precisa de exame nenhum – sussurrava Clarisse – Eu tenho certeza que Lucas é seu filho!

Eu dei um passo para trás com a mão elevada à boca. Acho que meu queixo despencou na hora que eu ouvi aquilo.

LUCAS É MEU IRMÃO?!

Então era isso que meu pai e Clarisse estavam conversando naquele dia! Era para fazer o exame de DNA que ele veio mais cedo hoje!

E o que apontava a verdade não eram apenas os fatos, mas também a semelhança entre Lucas e meu pai, os olhos verdes... Como eu não percebi antes, COMO?!

- O que disse Clarisse? – Perguntei, mesmo tendo escutado muito bem o que ela disse – Lucas é meu irmão?

- Oh, meu Deus, quando você chegou aí? – Perguntou o meu pai preocupado.

Clarisse não respondeu, seus olhos estavam arregalados.

- Como vocês puderam esconder isso de mim? – Gritei – COMO puderam fazer isso com Lucas?

O médico saiu quando viu que o assunto era de família.

- Querida, eu também não sabia! – Disse meu pai vindo me abraçar, eu não retribuí o abraço e me afastei – Faz pouco tempo que Clarisse me contou isso! Eu nunca esconderia isso de você!

- E por que você não me contou logo que soube? Por que continuou escondendo?

- Letícia... Eu não podia te contar, não naquela hora, você já estava cheia de coisas na cabeça, não precisava de mais uma preocupação...

- Letícia, não brigue com o seu pai, a culpa é minha! – Disse Clarisse chegando mais perto de mim, eu me afastei dela também – Veja bem, eu não podia contar nem a você nem ao Lucas, isso o faria sofrer, você não queria vê-lo sofrer, certo?

Eu balancei a cabeça positivamente, eu nunca que iria querer ver Lucas sofrer, mas isso não justifica o fato deles terem escondido isso de mim.

Continuei recuando e gritando cada vez mais alto.

- Eu devia saber! Naquele dia que você me contou aquela história... eu sabia que tinha algum segredo... vi vocês cochichando no escritório, mas fui burra e não percebi o que era!

- Filha, deixa agente se explicar, por favor – Pediu o meu pai, a voz dele era calma e carinhosa, ao contrario da minha.

Eu balancei a cabeça e saí da sala.

Passei correndo pelos corredores do hospital, eu sentia as lágrimas de raiva escorrendo pelo meu rosto.

Por onde eu passava esbarrava em alguém, eu não sabia pra onde estava indo. Agora eu já estava na rua. No transito. Eu podia escutar as buzinas zangadas dos carros e os xingamentos dos motoristas por eu estar atravessando a rua movimentada sem olhar.

- Letícia! – Gritou o anjo atrás de mim.

- Vá embora! Eu quero ficar sozinha! – Gritei de volta.

- Eu não vou embora, você vai parar de correr agora! Não está vendo que você quase morreu atropelada agora?

Não parei de correr, mesmo com os gritos do anjo atrás de mim, eu sabia que ele só queria me ajudar, mas eu não queria ver ninguém agora, eu só queria ficar sozinha, tentar colocar a cabeça no lugar...

Eu não estava triste em saber que Lucas era meu irmão, eu estava com raiva por não saber disso antes. Eu queria poder dar essa notícia a ele, mas eu nem sei se um dia vou conseguir falar com ele novamente.

Mas meu coração estava com ódio demais no momento para eu pensar nas coisas boas, eu só pensava em como papai e Clarisse tiveram a coragem de fazer isso comigo e com Lucas...

- Pare Letícia! PARE! – Gritou o anjo.

Dessa vez eu parei. Mas já era tarde demais.

Quando olhei para frente vi uma caminhonete prata a poucos centímetros de mim.

Eu não conseguia correr. Não dava mais tempo.

Se eu morresse agora eu aceitaria numa boa, talvez eu encontrasse Lucas em outro lugar e conseguisse dar a boa notícia a ele, que nós somos irmãos.

Eu ouvi uma buzina alta nos meus ouvidos.

Uma freada.

Um impacto.

Outro impacto.

Não consegui ouvir mais nada, nem ver mais nada.

Eu não ouvia mais barulho de buzinas, nem freadas.

Tudo estava escuro e calmo...

De repente surge um foco de luz. Vejo duas bolas verdes e duas lilás. Eram dois pares de olhos.

O anjo era o lilás.

O verde era Lucas, eu acho.

O foco de luz foi se abrindo mais e mais.

Eu vi o primeiro rosto, o que estava mais próximo, era o meu anjo.

O outro rosto não era de Lucas.

- P-pai? – Sussurrei.

Ele abriu um largo sorriso.

- Filha, que susto você nos deu – disse ele passando a mão no meu cabelo.

Eu tentei me levantar, mas não consegui. Todo o meu corpo doía.

- Oh – Gemi.

- Não, não se mexa – alertou uma enfermeira chegando mais perto com uma agulha na mão, tomando o lugar do Anjo e dispersando-o para o nada , ele a atravessou e flutuou até o outro lado da cama, ao lado do meu pai.

- O que aconteceu? – Perguntei enquanto a enfermeira espetava uma agulha em mim.

- Nada sério. Você atravessou a rua sem olhar e acabou quase atropelada, sua sorte foi o garoto que lhe empurrou antes do carro bater em você. – Respondeu a enfermeira. – Você bateu a cabeça no paralelepípedo quando caiu e ficou desacordada, teve alguns arranhões e vai sentir dores no corpo por uns dias, mas fora isso você está ótima. Deve agradecer ao garoto que te salvou por isso.

- Que garoto?

- Aquele garoto.

Ela apontou para trás, e quando eu olhei quem estava sentado no sofá não acreditei no que vi.

- Jack?

Meu pai revirou os olhos quando Jack se levantou e chegou mais perto de mim.

O anjo o encarava furiosamente.

Eu não conseguia acreditar que Jack havia me salvado! Eu preferia que aquele carro me esmagasse, agora eu vou ter que agradecer a ele!

- Oi amor – Ele se aproximou para me dar um beijo, mas eu virei o rosto. – Eu fui a farmáxia comprar uma pomada para o ferimento que voxê causou na minha língua hoje de manhã, quando vi voxê paxando, eu vi que voxê não extava bem, então eu te xegui e... bem, acabei te xalvando. – Ele sorriu cinicamente.

Ele não se afastou. Meu pai abafou uma risada quando ouviu Jack trocar o “c” e o “s” pelo “x”. O anjo também ria, mas ele não se preocupava em rir baixo, já que a única que ouviria seria eu.

- Não é porque você me salvou que eu te perdoei – Eu disse grossamente.

- Ei, eu acabo de te xalvar e você nem xequer me agradexe?

- Obrigado. – Eu disse entre os dentes – Agora vá embora!

- Rapaz, é melhor você ir – Disse meu pai – Ela não está muito bem agora. Bem, obrigado pelo que você fez por ela.

Jack se afastou de mim e acenou com a cabeça para meu pai, retribuindo o agradecimento.

- Ok, eu vou, mas depoix voxê vai me agradexer direito – Ele disse voltando a olhar para mim.

Eu revirei os olhos.

Antes de sair ele acenou com a mão em minha direção, eu não respondi.

Quando ele saiu, eu mudei de assunto.

- Eu dormi por quanto tempo? – Perguntei

- Um bom tempo, quase cinco horas. – Respondeu meu pai – Você vai passar a noite aqui hoje, só por precaução. Sua mãe acabou de sair para buscar seu pijama.

A enfermeira deixou o quarto, agora só eu e meu pai estávamos no quarto, quer dizer, o anjo também.

Eu soprei minha franja, tudo que eu menos queria era passar a noite no hospital.

Minha memória estava meio zonza. Mas eu conseguia me lembrar.

Correndo. Buzinas. O carro prata. O impacto.

Só então lembrei o motivo pelo qual eu corria.

- Pai, você precisa me explicar àquela história direito, eu não esqueci. – Falei com a voz calma.

Ele suspirou.

- Você não vai sair correndo novamente e me dar mais um susto desses?

Eu balancei a cabeça negativamente e apontei para a agulha ligada o soro no meu pulso.

- Nem posso. – Falei apontando para o soro que a enfermeira acabara de colocar em mim.

Ele riu um pouco, então levantou-se e trancou a porta do quarto. De volta ele começou a contar:

- O começo da história você já sabe. Eu... pulei algumas partes. – Ele suspirou e sentou-se ao meu lado na cama – Clarisse e eu tínhamos “alguma coisa” quando ela começou a namorar com George, eles só ficaram juntos por pressão dos pais dela, que queriam que ela se casasse com George. Meu pai também nunca aprovou o meu namoro com ela, então, nós dois continuamos juntos, só que escondido, mesmo com ela comprometida. Agente se encontrava todas as manhãs na escola, George já tinha terminado os estudos, então ele nunca nos pegaria. Clarisse se sentia mal por trair ele, e eu também, já que ele havia se tornado meu amigo. – Os olhos do meu pai estavam em outro mundo, ele parecia estar perdido nas lembranças, enquanto ouvia a história eu observava seus olhos verdes – Até que um dia eu e Clarisse ultrapassamos os nossos limites. – ele fez uma pausa para rir um pouco, então continuou – Ela engravidou, e todos pensaram que o pai era George, até eu. Mas Clarisse sabia que não era, porém ela não podia assumir a traição. Acabou que ela e George ficaram noivos. Eu desconfiei quando soube que ela estava grávida, mas ela me garantiu que a criança era de George. Eu insisti que ela não se casasse com ele, até falei em assumir o bebê, mas aí... ela disse que não me amava mais. Eu estava completamente apaixonado por ela, tanto que resolvi deixá-la com quem ela realmente amava, eu queria acima de tudo vê-la feliz, não importava se fosse ou não ao meu lado, apenas queria vê-la feliz. Por um tempo fiquei observando de longe, mas vi que isso só me fazia sofrer cada vez mais. George a tratava e muito bem, e quando Lucas chegou eles pareceram se aproximar ainda mais, o carinho que ele sentia por Lucas era incondicional, pena que ele morreu sem saber a verdade. Eu me afastei deles logo depois da chegada de Lucas, eu não agüentava mais sofrer. O resto da história você já conhece...

- Então você e Clarisse fizeram com George a mesma coisa que Jack e Selena fizeram comigo? – Perguntei horrorizada.

- O quê? – Ele perguntou confuso, eu esqueci que não tinha contado ao meu pai que Jack e Selena estavam me traindo. Eu não queria ter contado a ele, mas eu fiquei tão horrorizada com a idéia de que ele e a mãe de Lucas fizeram George passar pela mesma situação que a minha que eu acabei deixando as palavras escaparem sem querer.

- Bem, faz poucos dias – comecei sem jeito – Eu encontrei Jack e Selena se beijando no shopping, por isso terminei com Jack.

- Oh, por que você não contou a mim e a sua mãe?

Eu fiz uma careta e ele entendeu que era constrangedor falar isso com eles.

- Ok, acho que Selena e Jack cometeram o mesmo erro que eu e Clarisse. .- Ele disse corando levemente.

- E o que mamãe falou sobre essa história? – Perguntei

- O que? Ficou maluca? Sua mãe não pode nem SONHAR que Lucas é meu filho! – disse ele com os olhos agoniados – Por favor, filha, não conte a ela, POR FAVOR.

- Ok, ok, não contarei a ela.

Alguém bateu na porta.

- Vitor! Abra a porta! Sou eu, Lúcia. – Gritou a minha mãe do outro lado.

- Já vai. – Gritou meu pai de volta levantando, ele destrancou a porta e antes de abrir fez um gesto pedindo meu silêncio - Shhh!

Eu balancei a cabeça positivamente.

Ele abriu a porta e mamãe entrou no quarto.

- Pra que você trancou essa porta? Não sabe que eu já estava cheg...

Ela parou de falar assim que me viu acordada

- Letícia! Você está bem, bebê? – Ela veio correndo até mim deixando a bolsa (que devia estar com o meu pijama dentro) com o meu pai – Oh, a mamãe ficou tão preocupada...

- Calma mãe, não foi nada. Tenho 16 anos, não sou mais um bebê. – Eu disse rindo.

Ela me abraçou forte. Era difícil minha mãe demonstrar carinho por mim como agora. Acho que apesar de me irritar às vezes, ela me ama, e eu também a amo.

- Eu trouxe seu pijama favorito! Se você quiser, eu passo a noite aqui com você, não me importo de dormir no sofá.

Eu não acreditei no que ouvi. Até pense na hipótese de terem trocado minha mãe por um robô ou algo assim. Desde quando ela era humilde a ponto de trocar uma cama macia por um sofá de hospital só para não me deixar sozinha? Realmente acho que devo sofrer acidentes mais vezes...

- Não, mãe, não precisa o anj...

Eu parei no exato momento que eu ia falar sobre o anjo, eu tinha me esquecido que se falasse nele, certamente eu seria levada para o hospício.

- O que disse, querida? – Perguntou mamãe

- Nada, se você não se importar...

Ela sorriu e me abraçou novamente.

Eu não tinha nenhum relógio para consultar as horas, mas pela aparência sonolenta da minha mãe já devia ser depois das dez. O anjo continuava no quarto, só saiu quando eu fui me trocar para dormir. Mamãe fez algo que eu nunca imaginei que ela fosse fazer, foi humilde.

Agora, além de tudo, eu sabia a verdade.

Eu sabia que Lucas é meu irmão, e eu não via a hora de poder contar isso a ele.

Eu não estava com sono. Eu fingi engolir os remédios que a enfermeira me dava para que eu adormecesse e não sentisse mais dores no corpo, mas eu não queria dormir, não agora.

Isso porque eu sabia que o anjo queria falar comigo, pois a expressão dele parecia agoniada, como se ele quisesse falar algo, mas não pudesse por causa das pessoas me rodeando a todo o tempo devido ao acidente.

Só conseguimos nos falar depois que a minha mãe dormiu.

- Letícia, eu...

A expressão dele era de dor, eu me perguntei se anjos passavam mal, mas acho que não, já que ele não possui mais uma vida.

- Tem alguma coisa errada? – Perguntei baixinho para não acordar minha mãe.

- Na verdade, sim – respondeu ele – Eu sinto como se não estivesse te protegendo direito... eu acho que você não precisa mais de mim

Eu me desesperei no momento em que ele disse isso. CLARO que eu precisava dele!

- O que? Você pirou? É lógico que eu preciso de você! – descontrolei a voz – Se não fosse por você... sei lá o que eu já teria feito, você está me guiando, como pode pensar uma coisa dessas? Você NÃO PODE ir!

Minha mãe se mexeu no sofá, comecei a controlar minha voz para não acordá-la.

- Lê, hoje você quase morreu e eu não pude fazer nada. Se não fosse por aquele... aquele... urgh! Aquele “Jack” você não estaria aqui!

- Mas eu estou!

- Letícia, um dia eu vou ter que ir, eu não posso ficar aqui pra sempre... Jack parece realmente amar você, e quando Lucas voltar você não precisará mais de mim.

Eu não estava entendendo o que ele queria dizer. Ou melhor, eu não queria acreditar no que ele estava dizendo.

- Então... Eu terei que escolher entre você e Lucas? – Perguntei com medo da resposta, eu não sabia quem escolheria, eu não queria ficar com um e perder o outro, os dois faziam parte da minha vida, os dois tinham com eles uma parte do meu coração e eu não posso viver sem essas partes.

- Isso vai acontecer, se ele voltar você terá a ele e não precisará de mim – ele se aproximou – viu como foi agora? Você teve a atenção de todos e eu não precisei fazer nada, isso é bom pra você, significa que eu não vou precisar ficar com você por muito tempo, significa que tem pessoas aqui que te amam, e quando alguém te ama na terra você não necessita da ajuda do céu.

- Não tem como você e Lucas continuarem aqui? – Pedi, meus olhos estavam prestes a derramar lágrimas – Se eu perder um dos dois eu não sei como vou fazer... vou sofrer do mesmo jeito, nunca vou estar completa

- Isso é contra as regras, Letícia, eu só posso ficar aqui o tempo que você precisar de mim.

- Eu ainda preciso de você!

- Eu sei, só estou te preparando para a minha hora de partir.

- Q-quando será isso? - Minha voz vacilou.

- Logo, logo. Assim que você cumprir a sua missão, você ainda não descobriu quem eu fui em vida. - Disse ele em um meio sorriso enquanto se afastava de mim.

Eu não conseguia falar mais nada. Eu não queria Lucas de volta sem o anjo, assim como eu não queria o anjo sem Lucas.

O anjo caminhou até a parede, eu sabia que ele iria sumir por ali.

- Por favor, promete que você volta? – Pedi

- Quando eu precisar partir eu te avisarei.

Então ele sumiu. E junto com ele sumiu minha calma, minha felicidade.

Eu não tinha a exata certeza de que ele voltaria. Eu esperava que ele voltasse.

Eu não conseguia suportar a idéia de perdê-lo. Eu não sei, mas mesmo com pouco tempo de convivência eu já tinha formado um grande laço com ele, um laço muito apertado. Eu só espero que ele tenha esse laço apertado comigo também, talvez, assim ele fique mais tempo comigo.

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