Personalie

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

CAPÍTULO NOVO - Extra

Ops, calma! Ainda não é o 17º! Este capítulo miudinho é extra, ele vem antes do primeiro capítulo e é na versão do Anjo.
Espero que gostem =D Para quem ainda não começou a ler o livro, é uma ótima hora, pois este capítulo extra vem antes do capítulo 1, que eu já postei no blog junto com os outros capítulos (até o 16º).

O final sai ainda esse mês ;D
Mais uma vez, desculpem pela demora. Mas sabe como é... Quando a gente tá de férias, é FÉRIAS mesmo, AHEAEHU.

Bjs. Ah, Um feliz 2010 para todos vocês *---*

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CAPÍTULO EXTRA

Era mais uma manhã de primavera, daquelas bem normais, no lugar onde chamamos de “paraíso”. E pode-se mesmo chamar aquele lugar de paraíso... Não só pela paisagem natural, mas também pelas pessoas – acho que posso chamar a mim e aos meus colegas de pessoas – que ali habitam.

Já fazia muito tempo que eu fazia parte dos Anjos-inativos – quero dizer, dos Anjos que ainda não receberam nenhuma missão de proteção -, nunca tinha entrado em nenhuma missão sozinho, e nunca pensei que fosse ser encarregado de uma.

Eu era o Anjo mais esquisito dali. Não sabia o meu nome, nem mesmo quem eu tinha salvado para me tornar um anjo. E como ninguém mais sabia sobre mim – a não ser o Anjo superior, Gabriel/Gabreel, e Deus, claro -, eu não tinha como descobrir.

Aliás... Até esse dia eu não tinha como.

- Anjo, prepare-se, será mandado a terra em breve. – Anunciou Gabreel, enquanto eu observava outros Anjos no enorme Jardim que se estendia por ali.

- Como? Eu? O Anjo-sem-história? – Perguntei incrédulo.

Gabreel sorriu para mim. O seu sorriso se destacava na pele morena dele.

- Garanto a você que não voltará desta missão conhecido como “o anjo-sem-nome” ou “o-anjo-dos-olhos-de-violeta”.

Comecei a me interessar pela missão...

- E o que tenho que fazer? - Já estava bem animado, e sentia o meu sorriso crescer de uma orelha a outra.

- O que todos os outros anjos fazem: Levar felicidade a um mero mortal que passa por dificuldades.

- E quem é o meu protegido?

- A sua protegida. É uma garota. – corrigiu ele – Letícia Xavier. Tem 16 anos e mora no nordeste brasileiro, em uma cidade grande, de onde o pai é prefeito.

- E por que ela precisa tanto de mim?

Ele me olhou nos olhos com uma expressão séria.

- Bom, isso você mesmo terá que ver. – Gabreel estendeu a sua até a minha bochecha, eu já sabia o que ele ia fazer.

Em fração de segundos, eu não estava mais naquele jardim rodeada de Anjos. O ambiente era totalmente diferente, mas conhecido. Havia muito tempo que eu não ia ao mundo das pessoas vivas. A última vez tinha sido com Lise, quando fui acompanhá-la em uma missão, mas o garotinho protegido só podia ver ela, pois eu não era o seu Anjo, estava ali apenas acompanhando a sua verdadeira protetora.

Engraçado como todas as cidades grandes são parecidas... Todas são cheias de carros e prédios, e o cheiro delas não é bom como o do Jardim dos Anjos – que costumo chamar de Paraíso.

- Onde estamos, exatamente? – Perguntei.

- Vitória da Conquista, Bahia. E aqui será o seu lar por algum tempo. – Respondeu ele enquanto atravessávamos a rua, sem nos preocupar com os carros que rodavam para lá e para cá o tempo todo, afinal, eles não podiam nos atropelar, pois não éramos reais ao mundo deles, portanto, nada que compõe o mundo dos vivos pode nos tocar.

Um carro nos atravessou enquanto eu observava cada canto daquele verdadeiro “inferno”, com tanto barulho e fumaça.

- Gabriel...- Comecei com uma careta – Tem que ser aqui? Não posso ficar em um lugar mais reservado? Uma fazenda, talvez, levando felicidade a um caipira...

- Não, Anjo. – Interrompeu ele, sem nem me deixar terminar de falar – Só Letícia poderá ajudá-lo a descobrir quem você foi.

- Mas, Gabreel! Você sabe de tudo! Por que simplesmente não me conta? – Pedi. – Por favor.

Nessa hora paramos de andar, estávamos parados na frente de um prédio com um imenso jardim na frente, onde tinha uma placa que se lia “CAMPUS”.

- Eu já lhe disse, Anjo. – Explicou Gabreel, me olhando com a sua expressão séria mais uma vez – Isso faz parte da sua missão. Você ajudará Letícia, e ela ajudará você.

Ele tinha razão. As missões eram coisas do destino, como ele mesmo já tinha me explicado antes, não podemos mudá-las.

- Tudo bem. – Concordei, afinal, eu tinha outra escolha?

- Então, este é o colégio onde Letícia estuda, e logo ela estará chegando. Mas ela ainda não pode vê-lo, nem escutá-lo, pois ainda não precisa de você. Quando ela precisar de você, poderá te escutar, e se você permitir, ela também poderá vê-lo, então, quando a hora chegar, deixe que ela o veja.

- Ok. E o que eu faço depois?

Ele sorriu.

- Você saberá.

Forcei um sorriso. Mas acho que não consegui esconder a minha cara de “não-sei-o-que-fazer”.

- Não se preocupe, Anjo. – Gabriel voltou a dizer, agora me dando uns tapinhas de apoio nas costas – Dará tudo certo! Ah, lá vem a sua protegida!

Um carro preto, chique e bonito parou na frente da escola. Alguns segundos depois a porta se abriu, e de dentro saiu uma garota de estatura média, cabelos negros que batiam na cintura, e o que mais me chamou atenção: um sorriso imenso exposto no rosto.

- Ela não parece triste. – Falei.

- Ainda não. – Disse Gabreel.

Continuamos observando por mais um tempo...

A garota se despediu de quem estava no carro, ainda alegre. Pobre garota... Estava tão feliz! Por que algo de ruim teria que acontecer com ela?

De uma hora pra outra, ela parou de dançar em direção ao prédio, parecia que estava tonta ou algo do tipo. Foi ai que o garoto que estava no carro, que aparentava ser poucos anos mais velho que ela, saiu para ampará-la.

- O que está acontecendo? – Perguntei atordoado. Um instinto de proteção crescia dentro de mim. Eu não entendia o porquê, mas queria ir até lá e ampará-la também!

- Ela está tendo um pressentimento do que vai acontecer a seguir.

- E por que isso? – Perguntei ainda atordoado.

- Porque o que vai acontecer envolve ele – Gabriel apontou para o garoto que a ajudava, o mesmo que tinha saído de dentro do carro -, e eles tem uma forte ligação amorosa, o que a faz pressentir que algo ruim vai acontecer.

- Ah, entendi. Eles são namorados?

- Não. – Respondeu Gabreel.

- Então o que eles são para serem tão “conectados”?

- Além de amigos, você só descobrirá com o tempo.

O garoto voltou para o carro, e Letícia continuou a caminhar até o prédio. Eu queria observar mais, só que Gabreel me trouxe novamente para o Paraíso antes que eu pudesse falar qualquer coisa.

- Por que voltamos? – Perguntei quando paramos no mesmo lugar que estávamos antes de irmos até o mundo dos vivos.

- Daqui pra frente terá que se virar sozinho. Ir ao mundo dos vivos e retornar ao jardim sem mim. Terá que observar a sua protegida e conhecê-la o bastante para poder ajudá-la quando ela precisar, e não se esqueça de fazer tudo com amor.

Enquanto ele falava, eu ia balançando a cabeça para mostrar que estava concordando.

- Mas como faço para viajar entre os mundos? – Perguntei.

- Não é difícil. Só precisa imaginar o que quer. – Respondeu.

- Ah, tudo bem. – Eu falei “tudo bem”, mas na verdade não sabia se conseguiria.

- E você sabe que, por ser um anjo, pode visitar os sonhos dela sempre que quiser. Já que nunca usou esse seu poder, pode desfrutar dele agora. – dizia ele enquanto se virava apressado – Agora tenho que ir, são muitas missões para distribuir... Boa sorte, Anjo! Sei que vai se sair bem!

Então, do nada, ele sumiu no meio do jardim.

Que ótimo. Minha primeira missão e eu não tinha a mínima idéia do que fazer!

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